top of page

Is the human species still evolving? To where?

​

Tradução livre do título: “A espécie humana ainda está evoluindo? Para onde?”

​

Salzano FM - Genetics and Molecular Biology, 2012, 35, 4 (suppl):899-903

​

Por Caio Cesar Silva de Cerqueira, em 13.06.2018

       Esse artigo de um dos principais nomes brasileiros em pesquisas sobre evolução humana (Professor Francisco Mauro Salzano – UFRGS - Ver CV Lattes) nos faz pensar sobre nosso papel como espécie neste planeta de tantas diversidades e desigualdades. O que exatamente nos faz humanos? É uma das perguntas feitas pelo autor. Além dos aspectos físicos de uma forma geral, a postura ereta, o tamanho enorme e maior complexidade do cérebro, as especificidades dos traços vocais, entre outras características, a complexidade da nossa cultura apresenta uma singularidade fora do comum e é o que permite, dentre outros aspectos, a organização social peculiar e a distinção fundamental entre nós e outras espécies. O autor traça um paralelo sobre como a nossa cultura evolui, juntamente com os aspectos genéticos, e para onde esta evolução está nos levando.

      

       Mas o que é a cultura exatamente? De acordo com Laland (2010), a cultura é definida como “informação que é capaz de afetar o comportamento de um indivíduo, e que é adquirida de outros indivíduos através do ensino, imitação e outras formas de aprendizado social”. A evolução biológica tem moldado/modificado os nossos genes de forma que possamos suportar as diversidades existentes no nosso ambiente e deixar descendentes férteis. O que distingue a transmissão de traços culturais, em comparação com a transmissão de traços genéticos, é que naquela as mudanças ocorrem de forma muito mais rápida, e além da transmissão vertical (de pais para filhos) de informações, também pode ocorrer a transmissão horizontal (entre pessoas da mesma geração) e a transmissão oblíqua (professores-alunos).

​

       ​Alguns fatores adicionais de comparação entre a transmissão cultural e genética são as seguintes: 1) a unidade de replicação da transmissão genética é o gene, enquanto que a unidade de replicação da transmissão cultural é o meme ou seme; 2) o impacto das variações na transmissão genética é que a maioria são deletérias, enquanto na transmissão cultural, o impacto é variável; 3) o processo de transmissão genética se dá por mecanismo Darwiniano, enquanto que o processo de transmissão cultural se dá por mecanismo Darwiniano ou Lamarquista. Com alguns exemplos adicionais e outros dados no texto original do artigo, mostrando como fatores biológicos influenciam traços comportamentais e culturais, o autor finaliza afirmando que, de fato, ainda estamos evoluindo como espécie, e indica que nosso futuro depende de um esforço consistente para a equalização de oportunidades entre indivíduos e nações com o fim de nos mantermos como sociedade e espécie única e distinta.

​

Fonte da imagem: Pixabay.

​Desejo boa leitura!  Para consultar mais informações sobre o artigo, clique aqui... ;-)

 

​

Tem dúvidas sobre o assunto? Não perca tempo, faça perguntas, sugestões ou até mesmo críticas ao autor desta coluna através do email splicinginminds@gmail.com

- Conceitos explorados -

​

​

Meme seria a unidade associada com a imitação, enquanto Seme deriva de sinal e enfatiza a natureza simbólica da cultura (Hewlett et al., 2012).

​

​

​

- Referências Sugeridas -

​

​

Hewlett BS, Silvestri A and Guglielmino R (2002) Semes and genes in Africa. Curr Anthropol 43:313-321.

​

Laland KN, Odling-Smee J and Myles S (2010) How culture shaped the human genome: Bringing genetics and the human sciences together. Nat Rev Genet 11:137-148.

bottom of page